quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Impressões de nuestro hermanito colombiano

Hector Cotes tem 30 anos, nasceu em Bogotá, mas mudou-se quando criança para a pequena cidade de Santa Marta, no litoral colombiano. Ele trabalha na área de produção de uma mina de carvão e veio para Brisbane há duas semanas a trabalho, e vai voltar para a Colômbia no final do mês. Este é o segundo país que ele visita na vida: o primeiro foi a Venezuela, onde ele esteve no ano passado, mas essa é a primeira vez que ele vem para um país dito de “primeiro mundo”.

Ele diz que está achando a Austrália um país muito organizado: a infra-estrutura, ruas e avenidas, parques... Para ele parece que Brisbane foi bem organizada desde o início, que houve planejamento para o crescimento da cidade (ele tem toda razão, outro dia falo sobre planejamento urbano em outro post). Perguntei se, se ele pudesse, se mudaria para a Austrália e a resposta foi: “Acho que não. Na Colômbia estão a minha família, meus amigos, a comida que eu gosto. Eu me sinto mais confortável lá”, disse Hector. E tem mais: “Apesar de todos os problemas, sinto que a Colômbia tem um ambiente muito mais alegre: as pessoas, as festas, a música, até os programas de televisão. Tudo isso é muito importante pra mim”.

“Só moraria na Austrália se ganhasse muito mais do que eu ganho hoje na Colômbia. Não viria só para tentar e viver outra cultura. Na Colômbia eu me sinto bem, então por que mudar?”. Faz sentido. E o que eles acha dos australianos? “Ainda não os conheço muito, mas me parece que são pessoas descomplicadas, que não sentem inveja e que colaboram”. “Pra mim parece que eles vivem em um sonho, nas nuvens... deve ser difícil pensar de outra forma já que eles vivem em um país onde me parece que tudo é perfeito. Mas eles tem que ter muito cuidado para evitar que os problemas do mundo cheguem aqui. Eu acho que eles confiam demais nas pessoas. Isso é bonito mas não é bom pra eles.” E ele diz mais: “Eles tem que ter cuidado para a Austrália não virar uma bagunça como os Estados Unidos, com problemas com imigrantes e pobreza e violência. Mas confio na inteligência deles, eles tem muitas normas e planejamento então espero que isso não aconteça”.

E o Brasil? Para ele o nosso país é uma versão maior da Colômbia: "São muito parecidos, com futebol, festa e alegria, e também com aqueles velhos problemas como criminalidade, pobreza e desigualdade social". Porém ele acha que o Brasil tem mais tecnologia, cada vez mais indústrias e uma economia bem mais forte. Perguntei se sai muita coisa na imprensa colombiana sobre o Brasil: “Um pouco, mas só sai notícia ruim. Mas é normal, imprensa vive disso né”. Tá certo.


Hector passeando no Brisbane River.

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