terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Shark in the water!

Parecia cena de filme. Estávamos sentados no canto da praia, longe da muvuca, quando um menino ruivo e sardento, de uns 13 ou 14 anos, passa por nós berrando que tem tubarão na água. A medida que o menino vai passando, as pessoas vão saindo do mar, parando na areia para olhar o dito cujo. E era muita gente, afinal, feriado de Natal e um dia lindo em Bribie Island. Fizemos o mesmo, paramos na areia e de repente vimos na água uma imensa sombra preta com uma barbatana. Caramba, é um tubarão mesmo!



Pessoas saindo da água.

De repente, um som alto ecoa por toda a praia: é o alarme-aviso de tubarão que sai do posto de salva-vidas. Uóóóóooommm uóóómmmm, estilo aqueles alarmes sobre avisos de bomba que aparecem em filmes sobre a 2a guerra mundial. Passa por nós o salva-vidas com camisa amarela e short vermelho, ícone das praias australianas, segurando um walk-talkie e andando de um lado pro outro. Todo mundo na expectativa, ninguém podia entrar na água ainda. Em seguida, um bote dos salva-vidas percorre a região, de um lado pro outro, fazendo o caminho do animal que povoa nossos sombrios pensamentos praianos.


Salva-vidas procurando o tubarão.

Após um tempo, quando conseguimos ver a sombra preta mais uma vez, a surpresa: não era um tubarão não, era uma Eagle Ray – arraia imensa e preta, que quando nada o seu corpo se curva e suas nadadeiras se parecem com barbatanas. Depois de um tempo, as pessoas voltam para a água, e a vida corre outra vez.


Esse era o "tubarão"! (foto tirada da internet)

Ah, um detalhe importante: essa mesma praia estava infestada de água-viva, a chamada Blue Bottle. Segundo o Aaron, é com essazinha aí que as pessoas deveriam se preocupar, e não com o tubarão.


A venenosa água-viva Blue Bottle.

Pois é... esse foi mais um dia de praia na Austrália!

Todo mundo sabe que ataques de tubarão são comuns aqui nessa ilha distante: a maioria das praias, aliás, tem redes de proteção para não deixá-los chegar às águas mais rasas. Mas elas não conseguem proteger 100% e os surfistas, que geralmente nadam até o fundo, são os mais afetados. Já li várias notícias sobre ataques, e inclusive já fui ao Museu do Tubarão (sim, existe um museu pra isso) lá em Airlie Beach, no norte de Queensland. As paredes do museu estão recheadas de notícias macabras de ataques e lá tem até um tubarão-branco empalhado exposto. Me deu calafrios só de ver os dentes do bicho.

No início de 2009 a famosa praia de Bondi Beach, em Sydney, teve que ter o mergulho no mar proibido pela presença de um deles – foram dois ataques em dois dias. Até aqui no Brisbane River, que corta a cidade de Brisbane, tem tubarão-martelo. Nesse site você pode encontrar os lugares com o maior número de ataques no mundo, e os estados de Queensland e New South Wales estão lá (Recife também).

Muita gente reclama que esse alvoroço todo é desnecessário e é produto da mídia, pois é praticamente impossível ser atacado por um tubarão; é muito mais fácil você morrer com um, digamos, sofá caindo na sua cabeça no meio da rua. Mas não adianta: desde que mundo é mundo as pessoas morrem de medo de tubarão, e o medo foi reforçado no famoso filme Jaws do Steven Spielberg (quem não se lembra da apavorante música-tema?).

Disso tudo, o que eu achei mais diferente foi o tal alarme e o jeito dos salva-vidas lidarem com a situação. Prometo que muito em breve eu conto sobre os salva-vidas australianos e o que eles fazem. Como falei aí em cima, eles são um símbolo da Austrália assim como os cangurus e coalas. Segundo o Aaron, os primeiros salva-vidas surgiram aqui, nas praias australianas. Mas eu ainda vou checar essa história...

3 comentários:

Anônimo disse...

Vera, muito legal este post, adorou falar sobre tubaroes, eu estive nessa ilha, e muito gostosa mesmo, mas nao sabia sobre os tubaroes, ahahah. beijos Carol

Verinha disse...

Nao sabia? Entao saiba que tem tubarao na Australia toda!

Legal vc estar acompanhando o blog, depois me conta pq vc veio para a Australia, e o que estah achando daqui... quem sabe nao vira assunto de um proximo post - que tal?

Beijos, Vera

Unknown disse...

Verinha, se houvesse esse cuidado todo em Recife, muitas pernas teriam sido poupadas...Eles têm razão em fazer esse controle e proibições - não se pode minimizar o perigo. Conte sobre os salva-vidas, fiquei curiosa! Beijos