quarta-feira, 28 de abril de 2010

Últimas minhas e da Austrália

Comecei esse blog tão animada a escrever pelo menos três posts por semana – e ainda estou – mas, como já falei antes, o trabalho está realmente pesado e me consumindo, principalmente no ultimo mês. Quem já trabalhou na implementação de SAP sabe o que eu estou falando. Geralmente saia às 5 da tarde e quando chegava em casa ainda tinha ânimo de sentar no computador e escrever mais. Mas não, agora esse tempo acabou e são apenas memórias boas do passado. Justo eu, que às vezes reclamava que não tinha muita coisa pra fazer, agora não tenho tempo para fazer tudo o que tenho que fazer. Me lembra aquele velho ditado “cuidado com o que você pede pois o seu pedido pode ser atendido”. É, eu era feliz e não sabia.

Minha rotina tem sido chegar no trabalho às 8 da manhã e sair as 5.30, 6 da tarde. Hoje, por exemplo, cheguei no escritório às 7.30 da manhã e saí lá pelas 6 da tarde. Muitas vezes almoço sentada na mesa olhando pro computador. Ou seja, estou fazendo justamente o que eu criticava sobre a cultura australiana de não socializar na hora do almoço. Agora entendo bem o porquê deles fazerem isso, pelo menos pra mim, pois assim consigo de vez em quando sair as 5 da tarde e ir pro meu querido vôleizinho a noite.

Sabe que eu até gosto de chegar mais cedo e sair mais cedo do trabalho? No começo foi difícil me acostumar a acordar tão cedo, mas hoje em dia eu me adaptei. É tão bom saber que tenho a noite inteira pela frente... Acho que outro ponto é que não tenho saído a noite durante a semana ou feito alguma coisa com algum amigo como fazia tanto no Brasil (tá lendo isso Pedro?) – até faço, mas como já falei algumas vezes, aqui as pessoas acabam se encontrando mais cedo pra jantar, ou pra beber, ou seja lá o que for, “puxando” as horas para baixo.

Ah, e como falei, é claro, duas vezes por semana vou do trabalho direto pro vôlei de praia.

Vôlei de Praia em Brisbane
Falando nisso (pois vamos combinar que falar sobre vôlei é bem melhor do que falar sobre trabalho), descobri que aqui em Brisbane tem diversos lugares com vôlei de praia, mesmo sem ter praia na cidade. Como já falei nesse post, jogo vôlei de praia rebound todas as terças e agora, às quartas jogo vôlei de praia “normal”, sem ser o tal rebound. Conheci um dos integrantes do time em uma festa e ele comentou que jogava vôlei em uma praça em West End, perto do centro. Não deu outra , me ofereci para entrar no time e, há dois meses, jogo toda quarta com eles. A ironia é que o time se chama “Team Brazil” pois foi iniciado por uma brasileira (que quase não tem jogado pois torceu o pulso ou alguma coisa assim).

É engraçado como até em jogo de vôlei de praia o jeito dos australianos se comportarem é diferente dos brasileiros.Tenho a impressão que no Brasil somos mais competitivos. Eu sinto que aqui na Austrália o jogo rola muito mais na brincadeira, um sacaneia e faz piadinha o tempo todo, enquanto no Brasil me parece mais sério, o pessoal quer jogar e se esforça pra ganhar. Aqui não vejo todo esse esforço, o jogo é mais de farra (o que às vezes me irrita um pouco, poderiam levar mais a sério). Por exemplo, quando um jogador do time adversário saca bem, alguém fala do time fala “nice serve” pro jogador do outro time. Ah, fala sério, motivar o outro time? No Brasil geralmente as pessoas falam pro próprio time “se liga aí galera”. Também acho que rola mais comunicação no Brasil (tipo aqueles berros “minhaaa” falando que a bola é minha – sai de perto). Aqui rola aquele “deixa que eu deixo” direto.

Outra coisa que aqui é diferente é que não rola aula de vôlei como eu tinha no Rio. No Rio eu pagava 90 reais por mês na Escolinha do Betinho, lá no Posto 11, e podia jogar de segunda a sexta-feira, de 19.30 às 21.30 da noite. Meu horário mesmo era de 19.30 às 20.30, mas poderia ficar e entrar em algum time até às 21.30 se quisesse. O legal é que tínhamos 30 min de treino: treinava manchete, ataque, fundamentos do vôlei, como fazer isso e aquilo... e a última meia hora a gente jogava livre, sempre jogos de duplas. Aqui não – pelo menos ainda não encontrei esse esquema. Aqui você paga 10 dólares por um jogo de 45 minutos com quatro pessoas em cada time e sem treino. Facada né?! Ah, e o detalhe mais importante é que não rola a praia do Leblon e uma água de coco após a partida, mas é melhor nem entrar nesse assunto...


Esqueci de comentar que aqui na Austrália não rola ver o Chico Buarque andando ao lado da quadra...

Mudando mais uma vez de assunto: no domingo que passou foi o ANZAC Day aqui na Austrália. Ah, antes de entrar nesse assunto, vou contar uma coisa pra vocês: quando um feriado na Austrália cai no domingo ele é automaticamente transferido para a segunda-feira. Ou seja, você nunca perde um feriado. Segunda passada não trabalhei por que domingo foi feriado. Bom né?

ANZAC Day

Mas voltando a falar sobre o ANZAC Day, que cai em todo dia 25 de abril, segue um pequeno resumo tirade do Wikipedia:

Anzac Day is a national day of remembrance in Australia and New Zealand, and is commemorated by both countries on 25 April every year to honour members of the Australian and New Zealand Army Corps (ANZAC) who fought at Gallipoli in Turkey during World War I. It now more broadly commemorates all those who died and served in military operations for their countries. Anzac Day is also observed in the Cook Islands, Niue, Samoa and Tonga.

Resumindo muito, o dia 25 de abril celebra o aniversário da primeira grande operação military combatida pelos ANZACs na Primeira Guerra Mundial. Pra quem não sabe, Anzac significa Australia New Zealand Army Corps que seriam os soldados da Austrália e Nova Zelândia - naquela época o exército dos dois países era um só. Atualmente o país celebra a vida (e morte) de todos os soldados que morreram em todas as guerras que a Austrália já participou, que foram muitas. Ou seja, esta é uma comemoração bem patriótica com marchas, passeatas e discursos de veteranos de guerra ou de seus filhos e netos contando como eles são orgulhosos do que seus pais/avós/etc fizeram pelo país durante a primeira Guerra. Nesse link você pode conferir como foi a comemoração em Brisbane. No domingo escutei o barulho de jatos no ar, aqueles aviões voando baixinho soltando fumaça, mas foi só. O feriado eu passei mesmo foi curtindo uma praia em Gold Coast.

Esse post foi um pout-porri de assuntos né. Em breve escrevo mais. Alguma sugestão de assunto?


quarta-feira, 21 de abril de 2010

Border Security

Border Security é um reality show do canal de TV australiano Channel 7 que mostra o trabalho de “segurança na fronteira” feito pelos agentes de imigração, pela alfândega e do serviço de inspeção de produtos que chegam à Austrália. Eu adoro, tem muita ação, reações emocionais inesperadas, frieza dos agentes, truques inesperados dos passageiros/turistas/etc desmascarados... é um programa que mostra até que ponto o ser humano pode chegar para conseguir imigrar para a Austrália, ou traficar drogas, ou para trazer algum produto escondido para o país.

Vou citar alguns casos que já vi para você entender melhor o reality show. Ele mostra, por exemplo, quando tem um vietnamita suando em bicas tentando entrar na Austrália que parece meio suspeito de estar trazendo drogas – o programa mostra ele sendo parado, revistado, interrogado até acharem ou não drogas nele. O programa também mostra um casal vindo da China cheio de ervas medicinais que preenche o formulário da alfândega dizendo que não estão trazendo nada “proibido” mas depois acabam sendo descobertos e fingem que “não entenderam” o que estava escrito. Ou um ex-presidiário da Nova Zelândia com um vasto histórico criminal tenta entrar na Austrália, acaba sendo parado e interrogado, e tem que dar justificativas para a sua vinda a Austrália e, no final, qual é a decisão da imigração: se deixa ou não ele entrar no país. Ou mostra uma mulher vindo da Malásia que diz ser turista mas que não tem um pingo de dinheiro e que, no final, descobre-se que ela obviamente vai procurar emprego ilegal na Austrália por isso ela acaba sendo mandada de volta pra Malásia. Ou mostra um pacote vindo do Brasil que passa pelo raio-x (90% da correspondência internacional que vem para a Austrália passa por raio-x), lá eles verificam algum produto suspeito dentro do pacote, os agentes australianos o abrem e descobrem que dentro do inocente livro infantil tem 250 gramas de cocaína escondida (esse exemplo é real e apareceu no programa da semana passada).

A Austrália é um dos países com a entrada mais restrita do mundo: praticamente todas as nacionalidades precisam obter visto antes de entrar no país (para alguns países o processo é mais fácil - apenas pela internet -, para outros, como o Brasil, é mais difícil onde até para obter visto de turista é necessário mostrar, por exemplo, demonstrar prova financeira de que se tem condições de bancar a viagem). Além disso, por ser um continente-ilha com uma fauna e flora únicos no mundo (vide cangurus e coalas que só existem aqui), o país tem a quarentena, que é a proibição da entrada de qualquer tipo de comida, planta ou produtos animais – isto por que esses produtos podem trazer diversas doenças e pestes para o país (aqui está a lista do que se pode ou não se trazer para cá). Além é claro, de obviamente não se pode entrar com qualquer tipo de droga, o que muita gente tenta fazer mas acaba sendo pega.

A maior parte do programa é filmado nos aeroportos de Sydney e Melbourne mas às vezes ele também mostra casos nos aeroportos de Brisbane, Perth, nos portos, nos correios, batidas nos lugares suspeitos de estarem empregando estrangeiros sem visto de trabalho, ou o trabalho da alfândega nos barcos ancorados no norte da Austrália (perto da Indonésia e Papua Nova Guiné).

Não é sempre que acontece alguma coisa: às vezes, nada acontece e a pessoa é liberada sem nenhum problema. Às vezes não. Os casos que mais me impressionam são os das pessoas que tentam traficar drogas. Os agentes da imigração suspeitam, por exemplo, de pessoas do sudeste asiático que saíram e voltaram da Australia umas quatro vezes nos últimos seis meses e que acabam permanecendo apenas três dias na Austrália sem nenhuma explicação aparente. Em 90% dos casos eles estão carregando alguma droga dentro deles. Os agentes dos aeroportos já estão carecas de saber disso, por isso eles detectam rapidamente quem pode ser um traficante. Nos correios existem muitos casos de latas lacradas com drogas dentro (geralmente eles pesam as latas e o peso é bem diferente do que está escrito no rótulo) ou, como citei no exemplo do livro infantil que veio do Brasil, os traficantes tentam esconder as drogas entre a capa e a primeira página (que são coladas mas que tem a droga escondida por dentro), em tecidos de tapetes ou roupas, em maquiagem, enfim, vale tudo.

É claro que existem controvérsias sobre o programa. Em seu livro sobre a indústria de Relações Públicas na Austrália o escritor australiano Bob Burton reclamou que na edição do programa é bem provável que eles retirem os trechos que mostram os erros do governo e, com isso, parece que o governo está sendo justo e efetivo na proteção das fronteiras. Pra mim isso é óbvio: é claro que acontece preconceito contra asiáticos e indianos, grosseria, ameaças e etc - ninguém é bonzinho, muito menos australianos que trabalham “protegendo fronteiras”.

Fora isso eu acho um tremendo exagero essa política de quarentena – não se pode trazer nenhum tipo de comida pra Austrália, nenhuma mesmo, nada. Outro dia em um programa um músico cubano trouxe pra Austrália um pandeiro que tinha sementes secas e envernizadas penduradas em volta, estilo aqueles colares e pulseiras que os índios fazem e que se vende em qualquer canto do Brasil. O tal do pandeiro não pôde entrar e ficou retido. O cara quase chorou pedindo pelo amor de Deus, que era o intrumento de trabalho dele, que era exagero etc e tal, mas não teve jeito, ficou sem.

Apesar de ser um reality show, duvido que ele retrate a realidade nua e crua. E também acho difícil ter um programa do gênero no no Brasil, que tem uma realidade (e, principalmente, uma Polícia Federal) bem diferente da australiana. Se é politicamente correto ou não eu não sei - mesmo assim, o programa continua sendo bem interessante.

Neste link do You Tube você pode ver alguns trechos.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Entrevista: Sonya, uma australiana que ama o Rio

Conheci a Sonya Edith Francis quando eu estava trabalhando como garçonete em um restaurante italiano. Estava servindo uma mesa enorme com cerca de 20 pessoas que não paravam de falar, e uma das minhas tarefas era contar quais eram os pratos especiais do dia. Com o meu jeitinho bem sutil, gritei bem alto um “hello all, I’ll let you guys know what are the specials of the day” e comecei o meu discurso de dois minutos recitando os cinco pratos especiais do dia (aliás, cada uma que já passei nessa Austrália...). Pois bem, após falar os especiais, essa menina me chama e vem falar comigo com um sotaque bem gringo “oi, você é brasileira?” “sim, sou” “já morei no sul do Brasil, amo, lá é muito legal”. Conversa vai, conversa vem (sim, trabalhar como garçonete tem dessas coisas – cá entre nós, muito melhor conversar com clientes e conhecer pessoas novas do que servir comida e aturar chef italiano grosso) e assim descubro que a Sonya namora um amigo meu, o Tato. Mundinho pequeno esse...

Depois desse episódio do restaurante acabei a encontrando em algumas ocasiões, ainda aqui na Austrália, e tivemos algumas conversas. Nesses bate papos ela me confessou que o maior desejo dela, sonho mesmo, era voltar a morar no Brasil mas dessa vez, no Rio de Janeiro. E não é que ela foi mesmo, na cara e na coragem? E assim ela está, vivendo no Rio como professora de inglês e tradutora. Na Austrália ela era Consultora de Recrutamento de Recursos Humanos.

Sonya tem 28 anos, nasceu e cresceu na pequena cidade de Townsville, no norte do estado de Queensland, é descendente de indianos e ingleses e já mora há mais de um ano em Copacabana. E nem pensa em voltar para a Austrália. Aqui ela conta um pouco sobre a experiência e as diferenças entre a Austrália e o Brasil. Eu mandei as perguntas em português mas ela respondeu em inglês – eu ia traduzir, mas acho que é sempre um aprendizado para o leitor ler em inglês “australiano”. Vamos lá:

Como começou a sua história com o Brasil? (digo, quando vc se mudou para o Brasil pela primeira vez, por que, etc)
I first came to Brazil in 1999 to do a Rotary Youth Exchange Program for one year. I lived with three families in Sao Bento do Sul, Santa Catarina (South of Brazil). I was 17 at the time.

Como foi voltar pra Australia depois de morar um tempo no Brasil? Você começou a ver a Austrália “com outros olhos” (digo, de outra forma)?
The ‘readjustment’ to Australia after living for one year in Brazil was difficult to say the least. After being in such a warm and open culture, particularly living within families and being treated as a daughter of the family, I felt Australia to be a somewhat cold and individual society. I felt relationships between friends, family, colleagues etc in Australia to be very different to those in Brazil. Perhaps not worse, but different in the way people are brought up to treat others. I think the sensitivity and sincerity in the way all Brazilians treat others was the main difference. Sensitivity and sincerity is certainly something which lacks in the way Australians treat each other.

Por que você voltou pro Brasil?
Living in Brazil again was always a dream, ever since I returned after the Exchange Program. I have always loved the country, the culture and the people. This time I really wanted to experience the Rio lifestyle.

Aprender português foi muito difícil?
Learning Portuguese was not that difficult for me in the beginning. I had some luck – I was 17 at the time, I lived in a small city where German (and not English) was the second language and I went to school for 1 year, being able to learn from my school friends. These elements forced me to learn the language very quickly. I also love the Portuguese language and took it upon myself to keep improving. Now, after 10 years of being exposed to the language, I feel that to write, speak and read Portuguese at a professional level is very difficult, particularly without any formal study and or training.

O que você mais gosta no Brasil?
Oh! So much! Primarily the culture – which includes the Brazilian people, the language, the music, the food, the history.... even the bagunça! E muito muito mais! One thing I feel I need to mention here is the ‘curious’ nature of the Brazilian people. I find them to be extremely curious people who love to know everything about people from other countries and or places.

E o que você menos gosta?
The lack of education. I think it affects Brazil’s way of life and speed of progress at all levels.

Pra você, quais são as maiores diferenças entre o Brasil e a Austrália?
For me, the culture if the main difference. Australia does not have a defined culture of its own, whereas Brazil has a strong and varied culture. The nature of the people is also very different.

A violência e criminalidade do Rio afeta muito a sua vida?
I have been lucky – my life has not been affected by the violence here in Rio. Of course, I always take extra care and precautions here.

Você acha a personalidade dos australianos e brasileiros diferente ou parecida? Se acha diferente, quais são as diferenças?
This is a difficult question. There are people of all types in both countries. So, generally speaking - The relaxed and friendly way of Brazilians reminds me of Australians. The differences would be again, the warm and sensitive way Brazilians are naturally. What Australians lack in these qualities they make up for in their politeness and progressive way of thinking. Another difference is sense of humour. I think the Australian sense of humour is more sarcastic, whereas Brazilians are more literal. Finally, another difference (which I mentioned previously) is the way Brazilians are very curious and love to get to know people generally speaking. In this sense, Australians tend to be more reserved and don’t seem to take as much interest in people from other places.

Se passa por brasileira fácil né não?!

Sonya na Confeitaria Colombo, no centro do Rio.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Gold Coast, a "Orlando" australiana

Se voce pensa que soh tem Sea World nos Estados Unidos, se enganou. Na Australia tambem tem Warner Bros Movie World, Wet'n Wild, Dreamworld, Whitewater World... todos esses parques estao aqui a menos de uma hora de Brisbane, em Gold Coast.

Desde que o verao acabou eles estao com promocoes otimas a precos baixissimos. Por exemplo, para ir ao Dreamworld (parque) ou ao Whitewater World (parque aquatico) voce paga 59 dolares e tem direito a ir quantas vezes quiser ateh o final de junho. Jah para ir ao Movie World, Wet'n Wild e Sea World, vc paga apenas 69 dolares e pode escolher dois desses parques e ir quantas vezes quiser nesses dois escolhidos tambem ateh o final de junho.

Eu jah tinha ido ao Wet'n Wild mas no domingo passado fui finalmente conhecer o Movie World. Achei legalzinho, mas os parques de Orlando - pelo menos os que eu me lembro pois jah fui ha um tempao, quando tinha 11 e depois com uns 24 anos - sao bem maiores e tem muito mais brinquedos (por isso as aspas na Orlando do titulo desse post). Mas sao mais caros tambem.

Bem, o Movie World tem duas montanhas russa de lascar... fazia tempo que nao ia a uma e tenho que admitir que to ficando velha pra isso, por que meu coracao quase foi a boca. Em uma delas tive que fechar os olhos de tao apavorada que fiquei. Já em Orlando me lembro que fui a uma das montanhas russas umas oito vezes seguidas rsrs.

Domingo passado estava um sol daqueles e as filas estavam enormes. O parque estava lotado, mesmo assim, foi um programa bem divertido. Vale a pena a visita.

Tem um espaco soh para criancas lah no Movie World. Elas adoram.

Essa foi tirada no Wild West Adventure Ride (velho oeste em ingles nao eh "old west", e sim, "wild west). Essa descida deu o maior frio na barriga...



Essa eh na montanha-russa Superman Escape. O Aaron que tirou a foto, ele nao quis ir pois tem pavor de altura.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Fundamentos da economia australiana

Esse post nao foi escrito por mim, e sim, pelo Pedro Junqueira que mora ha quatro anos na Australia e eh autor do Talking Point, blog especializado em economia. Achei legal postar aqui para dar uma ideia geral sobre como funciona a economia australiana.

Recebi a revista BRW com a lista das 1000 maiores empresas da Australia por faturamento. É a versão australiana da brasileira Exame Maiores e Melhores e da Fortune 500.

O total de faturamento das 1000 maiores empresas australianas totalizam AUD 1,6 Trilhão.

Começando a lista de cima para baixo, ou seja, da maior empresa para a menor nao demorei muito pra chegar em 25% de todo o faturamento australiano. Pra ser mais preciso apenas 9 empresas são responsáveis por 25% do faturamento.

Olhando para estas empresas da pra entender um pouco quais são os fundamentos da economia, vide tabela abaixo:

Lógico as duas maiores empresas australianas são mineradoras, que é o carro chefe da economia. Logo em seguida as duas maiores empresas de varejo, seguida dos 4 maiores bancos, que alias so tem 6 na Australia, e para completar a lista um semi-monopolio ex-estatal indo de mal a pior.

Alem de dar pra entender bem os fundamentos da economia australiana vendo esta tabela, que alias nem perdi muito tempo olhando o resto da lista, eu fiquei um pouco preocupado com os riscos que a economia tem dependendo destas empresas para a sua prosperidade.

Começando pelo topo da lista. A Australia tem surfado na prosperidade advinda de minérios nos ultimos 200 anos, ou mais acentuadmente nos últimos 10 anos devido a forte demanda por commodities minerais. Isso tem deixado o dolar australiano forte e praticamente tem sucateado a industria australina.

Não precisa ir mundo no tunel do tempo para sentir a diferença. Em 2000 Cerca de 50% dos carros vendidos na Australia eram feitos localmente. Hoje isso é menos que 20% (por volta de 18%).

Com tanta prosperidade os importados invadiram a Australia. O desemprego chegou a 3.9% em 2008 e isso fez com que a imigração e a demanda por profissionais qualificados crescesse exporencialmente a partir de 2004. Uma das consequencias de tanta prosperidade foi o aumento do credito, do consumo e a inflação nos preços dos imóveis.

Não estou dizendo que isso tudo é ruim, alias é muito bom e eu apreveitei a onda boa nos ultimos 4 anos, mesmo com a crise que atingiu o mundo em 2008. O que quero chamar a atenção é que esta prosperidade pode despencar como um castelo de cartas a qualquer momento.

O perfil destas empresas no topo explicam este fenômeno. As empresas de varejo Wesfarmers (Coles) e Woolworths (Woolis), que é praticamente um duopolio com 60% das vendas do varejo, explicam os australianos não só são refem do duopolio, mas de sua própria furia consumista.

Os bancos explicam a inflação das hipotecas das casas que fez com que o balanço dos bancos inflassem. A midia vive dizendo que os bancos australianos são solidos, mas o CBA, que é o maior deles mantem apenas 2% do dinheiro de deposito em caixa, o resto esta em sua maioria em emprestimos imobiliarios e outros investimentos tipo títulos da dívida grega e por ai vai.

Enfim, a economia australiana, vai bem, obrigado, vivendo de ilusões, mas basta um espirro na China que o castelo de cartas cai, começando pelas mineradoras, mercado imobiliário, bancos e consumo…

Mas os detalhe disso vou deixar para outro post. A começar pela bolha chamada CHINA.

Mais aqui.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Robin Willians X Kevin Rudd

E o Robin Willians hein, sempre dando mancada esse cara! Jah nao chega aquele comentario que ele fez no programa do David Letterman sobre o Rio assim que ganhamos as eleicoes para sediar as olimpiadas de 2016: "enquanto Chicago enviou a Michelle Obama e a Oprah, o Rio mandou 50 strippers e um punhado de poh (cocaina)". Na epoca a controversia foi tao grande que o COB pensou em processar o ator.

Parece que ele nao aprendeu pois essa semana - logo apos uma viagem a Australia - ele saiu com mais uma, tambem no Letterman, e dessa vez, sobre os australianos. O comentario? "Australians are basically English rednecks" (ou seja, seria mais ou menos como dizer que os australianos sao os "caipiras ingleses"). E nao parou por aih, veja soh:

He added that it was an "unusual country" and that "if Darwin had landed in Australia, he'd have gone, 'I'm wrong. I don't know what I was thinking.'

"You look at some of these animals and realise there was an open bar in heaven on the last day," he said. "Most of the animals down there can kill you. They have a snail that can fire a poison dart."

Among the things he took aim at was the Australian football, which he likened to "rugby with a thong". But he backtracked a little. Williams said that Australians are "lovely, they're really sweet" but with a "rough and tumble" attitude.

Os comentarios nao agradaram ao primeiro ministro australiano Kevin Rudd que, ao rebater em uma entrevista a uma radio australiana, piorou a situacao: "First of all, I think Robin Williams should go and spend a bit of time in Alabama before he frames comments about anyone being particularly redneck."

Hahaha, que figura esse Rudd, como eh que ele responde uma coisa dessas? Obvio que rolou uma controversia - dessa vez, com os americanos do Alabama. Nessa pelo menos o prefeito do Rio Eduardo Paes, quem diria, se saiu melhor pois respondeu somente "O Willians eh somente um bom ator, o que ele pensa nao muda nada."

Bem, depois dessa ainda teve a treplica com o Robin Willians rebatendo o comentario do Rudd: “Mr Rudd, I apologise, it's linguistics; I would like to modify my terminology and say: English Good Old Boy." “Please let me come back to Australia without a cavity search, and if not I'd love to go to a strip club with you in New York.” (essa foi uma referencia ao fato que, durante as eleicoes australianas de 2007, descobriram que o Rudd, durante uma estadia oficial em Nova York, tinha ido para um strip club com os dinheiro do governo).

Ah, e tem mais: os proprios australianos acharam ridicula a resposta do Rudd e, em uma entrevista a um jornal, a pergunta foi feita: australiano, voce se acha um redneck ingles? 55% dos autralianos disseram SIM! Pelo menos eles tem mais senso de humor que o primeiro ministro...